Semana Nacional de Redução de Desastres 2021

  Os impactos das mudanças climáticas têm provocado, entre outros fenômenos, períodos prolongados de seca e de intensas chuvas o que demanda investimentos para minorar esses efeitos. Em Salvador, a Codesal foi reestruturada com esse propósito e vem cumprindo positivamente sua função de reduzir perdas de vida.

A afirmação é do vereador e ex-secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência, André Fraga, que apresentou, hoje (05/10), a palestra "Mudanças climáticas e eventos recentes". A atividade integra a programação do segundo dia da Semana Nacional de Redução de Desastres 2021 que tem como tema central “Defesa Civil - Novas estratégias em ano de pandemia". Transmitido por vídeoconferência o evento, vai até sexta-feira (08/10).

A mensagem de abertura foi proferida pela secretária de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência, Edna França, que destacou ser o trabalho da Defesa Civil de Salvador "essencial para as comunidades enfrentarem os eventos climáticos auxiliadas por protocolos preventivos com base em tecnologia e ações educativas".

O diretor geral da Defesa Civil, Sosthenes Macêdo, citou que eventos inéditos vêm alertando cada vez mais para a necessidade de "termos um sistema de defesa civil cada vez mais preparado para antecipar possíveis intempéries do tempo e voltado a preservar vidas", citando como exemplo a chuva de granizo que atingiu Salvador no início de 2020 e os registros que fizeram o ano passado o mais chuvoso em 36 anos.

Transformação

Segundo o vereador André Fraga (PV), a agenda das mudanças climáticas foi agregada à administração do município a partir de 2013, início da gestão de ACM Neto. "Não falávamos de urgências climáticas antes de 2013, ano em que a cidade passou a ter um papel importante nesta agenda".

Ele enfatizou que a mutação climática em função das atividades humanas, já influenciam as estações do ano. "Tivemos os últimos cinco anos mais quentes da história, que resultaram em secas prolongadas e cujo principal impacto é a inflação devido ao aumento de custo de nossa matriz energética baseada em hidroeletricidade".

Fraga afirmou que nem tudo são más notícias em relação ao clima, havendo caminhos possíveis para reverter o problema e que passam pela equação envolvendo biodiversidade versus inovação cujo produto redundará em garantia de futuro.

"A inovação tem a ver com a Codesal no enfrentamento dos riscos climáticos, um novo modelo sustentável, permitindo que as defesas civis sejam apenas órgãos de prevenção", disse.

A palestra que se seguiu teve como tema “Principais consequências das chuvas em Salvador” apresentada pela engenheira ambiental e sanitarista da Codesal, Patrícia Cordeiro, e pelo engenheiro civil, Cézar Bello. Na oportunidade foi destacado que o risco hidrológico pode ser resultante de chuvas rápidas e forte ou longas.

Riscos hidrológicos

Segundo Patrícia Cordeiro, os fatores agravantes são a impermeabilização do solo em zonas muito urbanizada, diminuição das áreas verdes, tamponamento dos rios, redução dos canais já existentes por assoreamento, entre outros.

Entre as soluções para mitigar os efeitos dos riscos hidrológicos foram apresentadas a construção de parques lineares, jardins de chuva, revitalização de rios, a criação de projetos mistos de manejo de águas pluviais e recreação, algumas das quais apontadas em projetos do Plano de Ações Estruturantes da Codesal (PAE), a exemplo do jardim de chuva em Vila Mar 2.

Pela tarde, o meteorologista, Giuliano Carlos do Nascimento, e a engenheira ambiental e sanitarista, Milena Ferreira, ambos da Codesal, apresentaram a palestra “Monitoramento tecnológico na prevenção de acidentes” quando relataram as atividades do Centro de Monitoramento e Alerta a Defesa Civil (Cemadec) na antecipação de risco climatológico e prevenção de acidentes.

Em seguida, o engenheiro agrimensor e cartógrafo da Codesal, Pablo Almeida Santos, falou sobre “Mapeamento e Projertos para Áreas de Risco (Mapa)”. "O trabalho visa a produção de mapas que permitem determinar a posição espacial de dados como áreas de risco, pluviômetros, bairros, geomantas para a utilização do Centro de Monitoramento da Defesa Civil (Cemadec) e se destinam à formatação do SIGR, o Sistema de Informação e Gestão de Risco, um dos pilares de atuação da Defesa Civil de Salvador após a reestruturação inciada em 2016.

 

ASCOM - CODESAL

05/10/2021